Casimiro, Augusto – A EVOCAÇÃO DA VIDA. Col. Bibliotheca da Renascença Portuguesa. Coimbra. F. França Amado ...

Casimiro, Augusto – A EVOCAÇÃO DA VIDA. Col. Bibliotheca da Renascença Portuguesa. Coimbra. F. França Amado, Editor. 1912. 69 (3) pp. 25,5 cm x 19,2 cm. B.
Volume de poemas do autor que inaugurou a colecção Bibliotheca da Renascença Portuguesa, precisamente no ano de fundação do movimento.

Augusto Casimiro nasceu no belíssimo enclave de génios lusos ao qual chamamos Amarante, em 1889. Precisamente conterrâneo de Casimiro, era o grande pintor António Carneiro, que lhe desenhou a capa em sanguínea.

Augusto Casimiro foi, para além de poeta, soldado, ensaísta memoralista, jornalista e tradutor, entre outras actividades. Combateu na Flandres, experiência sobre a qual publicou. Entre 1961 e 1967, ano do seu falecimento, foi o director da Seara Nova. Como fervoroso republicano, pautou-se sempre por uma forte oposição primeiro ao golpe militar de 1926, e, depois, ao Estado Novo.

Sabe-se que Fernando Pessoa possuía um exemplar desta obra na sua biblioteca particular. Sobre ela, no entanto, e sempre mordaz como era seu hábito, escreveu Manuel de Sousa Pinto, na sua A Máscara (n.º 10, de 30 de Março, 1912):

« O livro de Augusto Casimiro, de um transcendentalismo ôco e inaprehensivel, em que as palavras se succedem tão abundantes e vãs como as maiusculas, deu-me a ideia de uma dissertação apressada sobre a Vida, escripta de fio a pavio, para preencher com as linhas mais ou menos eguaes e espaçadas o vasio de setenta paginas.

É, apenas, um documento de facundia e verbosidade, onde só muito de raro em raro uma scentelha de poesia faisca, prejudicada pela abalada vertiginosa do auctor, que, na sua precipitação, chega a ver vozes, o que nem a Joanna d'Arco aconteceu (...)».

Bom estado geral de conservação. Capas de brochura manuseadas e fragilizadas. Vestígios naturais de moscas na capa anterior. Capa posterior com picos de acidez e pequenos defeitos. Interior limpo.

Extremamente raro.